Em 2018 a expectativa de vida dos brasileiros passou a ser de 76,3 anos. Para as mulheres espera-se ainda mais: 79,9 anos. O país está envelhecendo e a expectativa é que em 2025 o número de idosos no Brasil chegue a 32 milhões de pessoas e em 2050, 25% da população brasileira será formada por idosos. Esse fato preocupa porque os déficits cognitivos leves se apresentam em 20% das pessoas com mais de 65 anos e os problemas relacionados com a saúde mental são a principal causa de incapacidade e uma das principais causas de mortalidade prematura, principalmente nos países ocidentais industrializados. Por isso, falaremos sobre 9 pontos de atenção para evitar a Doença de Alzheimer.
Números do Alzheimer no mundo
- A cada ano são 10 milhões de novos diagnósticos;
- De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o número de pessoas que vive com demência era de 55 milhões em 2019. Para 2050 são estimadas 139 milhões;
- Os custos associados à demência devem aumentar de US$ 1,3 trilhão por ano em 2019 para US$ 2,8 trilhões em 2030;
- Nos Estados Unidos os investimentos em pesquisas sobre Alzheimer aumentaram 7 vezes desde 2011, e atualmente estão em US$ 3,4 bilhões anuais.
Números do Alzheimer no Brasil
A doença responde por 60 a 70% dos casos de demência;
Estima-se que no Brasil haja 1 milhão e 200 mil diagnósticos;
Segundo a Word Alzheimer Report 2021, o Brasil estará entre os países mais afetados pela doença, uma vez que há maior incidência de casos em países populosos, de média e baixa renda.
Além do Brasil, Índia, China, Nigéria e México devem apresentar os maiores números de casos. Esses países possuem outras características em comum: o aumento do número de pessoas idosas e um grande número de fatores considerados de risco, que também contribuem para agravar o quadro, como: doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e diabetes.
Alzheimer: características
A doença, descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, caracteriza-se pela perda cognitiva (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais.
Trata-se de um transtorno neurodegenerativo crônico, progressivo e fatal que destrói lentamente a memória e as habilidades de pensamento e, com o tempo, a capacidade de realizar as tarefas mais simples e há alterações de comportamento.
- As pessoas perdem as habilidades cognitivas, a individualidade e a autonomia.
- É a 7ª causa de morte nos Estados Unidos e a causa mais comum de demência entre adultos mais velhos.
- Uma característica é a formação de aglomerados anormais (chamados placas amiloides) e emaranhados de fibras (chamadas tau).
- Essas placas causam a perda de conexões entre os neurônios, afetando a transmissão de mensagens entre as partes do cérebro e do cérebro para os músculos e órgão do corpo.
- Essas placas beta-amiloides atrapalham a produção de novas proteínas, causando um prejuízo na comunicação entre os neurônios, e impossibilitando a formação de novas memórias.
O normal é a piora progressiva dos sintomas, mas alguns pacientes podem apresentar períodos de maior estabilidade.
Quando diagnosticada no início é possível retardar o avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.
O que ocorre quando uma pessoa tem Alzheimer?
Quando uma pessoa tem a Doença de Alzheimer ocorre a destruição das células cerebrais e nervos, interrompendo os transmissores que carregam mensagens no cérebro, particularmente os responsáveis por armazenar memórias.
As células nervosas morrem em regiões particulares do cérebro, que encolhem à medida que as lacunas se desenvolvem no lobo temporal e no hipocampo, que são responsáveis por armazenar e recuperar novas informações. Isso afeta a capacidade de lembrar, falar, pensar e tomar decisões.
Os 9 fatores relacionados com a doença de Alzheimer
Segundo o Instituto Nacional do Envelhecimento (NIA), a genética e o envelhecimento são os principais fatores de risco para perda de memória e demência, que é a perda de funções cognitivas, como pensar, lembrar e raciocinar.
Cerca de um terço das pessoas com 85 anos ou mais podem sofrer de demência.
Os pesquisadores ainda não conseguiram entender completamente a causa desses problemas cognitivos, mas identificaram alguns fatores associados à demência.
Alguns desses fatores, como depressão, podem aumentar o risco de demência e ser um sinal da doença.
1- Dormir mal
O sono ruim afeta o cérebro de várias maneiras. Com o tempo, pode levar ao mal funcionamento dos neurônios, afetando os neurotransmissores e gerando inflamação, processos que contribuem para a doença de Alzheimer.
O artigo publicado na revista Sleep Medicine Reviews conclui que a insônia, a apneia do sono, dormir menos de 5 horas ou mais de 10 horas por noite e a má qualidade do sono em geral podem aumentar o risco de demência.
Relatório publicado na revista Lancet Commissions alerta que pacientes com Alzheimer sofrem piora na qualidade do sono, o que aumenta os sintomas da doença.
2- Solidão
O isolamento social pode contribuir para o declínio de certas funções cognitivas, incluindo a memória.
Artigo publicado no Journal of Alzheimer ‘s Disease revela que a socialização pode ajudar a proteger contra a demência por estar associado a um melhor funcionamento cognitivo.
Outro artigo, publicado na revista Alzheimer’s & Dementia, alerta que o isolamento pode não ser a causa da demência, mas um sintoma precoce, uma vez que a perda de memória pode impedir as atividades rotineiras afetando a interação social.
3- Lesões na cabeça
As lesões cerebrais traumáticas (TCEs), também conhecidas como concussões, podem aumentar o risco de demência.
De acordo com estudos publicados na revista Lancet Psychiatry e no JAMA Neurology, o risco de demência é maior em pessoas que sofreram TCEs múltiplos ou um TCE grave.
Sintomas de concussão que merecem atenção
- Perda de consciência;
- Dor de cabeça permanente;
- Tontura, desequilíbrio, náusea ou vômito;
- Neblina ou confusão;
- Visão embaçada ou olhos doendo de luzes brilhantes;
- Passar a sentir ansioso ou irritável;
- Fraqueza ou dormência;
- Discurso arrastado
- Sonolência ou incapacidade de permanecer acordado.
4- Poluição do ar
A exposição a poluentes do ar tem sido associada a um risco aumentado de demência, de acordo com artigo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease.
Altos níveis de poluição por partículas (vindos de usinas de energia, canteiros de obras e incêndios) e de gases nocivos (emitidos pela queima de combustível em carros e usinas de energia) podem levar à inflamação no cérebro.
Estudo publicado na revista JAMA Network Open concluiu que a poluição do ar tem sido associada a uma variedade de problemas de saúde além da demência, como: doenças cardíacas, doenças renais, pressão alta e diabetes tipo 2.
5- Uso de álcool e fumo
O uso regular de álcool pode causar alterações nas estruturas cerebrais, possivelmente levando a problemas cognitivos.
Beber duas garrafas de vinho por semana pode levar a um risco aumentado.
Não há evidências de que o consumo moderado possa prejudicar seu funcionamento cognitivo mais tarde.
Estudo publicado na revista Alzheimer Research & Therapy sugeriu que a redução do uso de álcool poderia ser uma estratégia de prevenção da demência.
O tabagismo também está associado à demência, mas parar de fumar pode reduzir esse risco, de acordo com um estudo de setembro de 2018 publicado na revista Annals of Clinical and Translational Neurology.
6- Perda auditiva
Estudo publicado no International Tinnitus Journal revelou que a perda auditiva está associada a um risco maior de Alzheimer, mas o uso de aparelhos auditivos pode ajudar.
A razão exata para essa conexão é desconhecida, mas existem várias teorias:
1 – A perda auditiva pode levar ao aumento do isolamento social – outro fator de risco para a demência;
2 – Perder a audição faz com que o cérebro trabalhe mais para compensar a deficiência, levando a menos recursos para outras funções cognitivas.
3 – É possível que a perda auditiva e a demência se desenvolvam por meio de mecanismos cerebrais semelhantes.
7- Pressão alta
As leituras de pressão arterial vêm com dois números: pressão arterial sistólica (medida quando o coração bate) e diastólica (medida entre os batimentos). A pressão arterial saudável está abaixo de 120 mmHg.
Segundo artigo publicado no European Heart Journal, o risco de demência aumenta quando esse número é de 130 mmHg ou mais, na meia idade (aos 50 anos).
Obter tratamento para pressão alta (hipertensão) e mantê-la sob controle na meia-idade podem evitar a demência.
8- Doença cardíaca
A saúde do cérebro e do coração estão intimamente ligadas, pois o cérebro usa 20% dos suprimentos de oxigênio e energia do corpo.
As doenças cardíacas também estão associadas à demência.
9- Sedentarismo
Ser fisicamente ativo pode reduzir o risco de demência, mas os pesquisadores ainda não descobriram quanto ou que tipo de exercício é o melhor.
O exercício aeróbico, também conhecido como cárdio, teve um efeito pequeno, mas benéfico em alguns estudos.
Como os pesquisadores não entendem completamente o que causa a demência, não há uma maneira garantida de prevenir a doença.
Ainda assim, é importante entender os fatores de risco potencialmente associados à demência à medida que você envelhece, pois muitos deles também afetam o bem-estar geral.
Relembrando:
O diagnóstico da Doença de Alzheimer causa medo e a melhor maneira de superar o medo e a incerteza sobre qualquer doença é o conhecimento.
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Referências:
ABERTO. Repositório. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/87889/2/113825.pdf
HEALTH. Disponível em: https://www.health.com/condition/alzheimers
INTERNATIONAL, Alzheimer Disease. Disponível em: https://www.alzint.org/
LIVINGSTON, Gil. et al. Dementia prevention, intervention, and care: 2020 report of the Lancet Commission, 2020. Disponível em: https://www.thelancet.com/article/S0140-6736(20)30367-6/fulltext
RALLI, Massimo. et al. Hearing loss and Alzheimer’s disease: A Review, 2019. Disponível em: https://www.tinnitusjournal.com/articles/hearing-loss-and-alzheimers-disease-a-review-11563.html
SAÚDE, Biblioteca Virtual em. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/21-9-dia-mundial-da-doenca-de-alzheimer-e-dia-nacional-de-conscientizacao-da-doenca-de-alzheimer-2/