A questão do autismo não envolve apenas o paciente, envolve também a família. A ONU escolheu o mês de abril para levar mais informações à população e reduzir a discriminação e o preconceito contra as pessoas autistas e suas famílias. No texto de hoje, falaremos sobre a Auriculoterapia neurofisiológica na campanha de conscientização do autismo.
Autismo em números
- No Brasil, 2 milhões de pessoas vivem com autismo.
- Segundo a ONU, são 70 milhões de pessoas com autismo no mundo.
O que é o autismo?
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que muda a forma como as pessoas vêem e interagem com o mundo e não apresenta nenhuma característica física para identificar as pessoas.
Não existe autismo melhor ou pior, o que existe são níveis de necessidades de suportes diferentes, além das individualidades de cada pessoa no espectro autista
Apesar de o autismo ter um número relativamente grande de incidência, 1 a cada 110 pessoas no Brasil, apenas em 1993 a síndrome foi adicionada à Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde.
Ainda sabemos pouco sobre o tema, o diagnóstico é impreciso, e nem mesmo um exame genético é capaz de afirmar com precisão a incidência da síndrome.
Em 2014 o Projeto Genoma revelou que o gene TRPC6 seria um dos genes de predisposição ao autismo e alterações nesse gene levariam a problemas nos neurônios.
O transtorno é caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação verbal e não-verbal e comportamentos de repetição.
Existe uma série de graus de autismo, a intensidade dos sintomas pode variar, dando o nome de espectro.
Enquanto alguns pacientes não falam nem se comunicam, outros são extremamente inteligentes e a evolução está ligada ao diagnóstico precoce e tratamento adequado, geralmente utilizada a Terapia Comportamental.
Possíveis causas do autismo
- Alterações genéticas
- Fatores ambientais
- Idade avançada dos pais no momento da concepção
- Peso baixo no nascimento
- A exposição fetal a medicação que possa causar anomalias
- Dificuldades no parto, especialmente as situações em que o bebê tem períodos de carência de oxigênio no cérebro
- As mães que durante a gravidez estão expostas a elevados níveis de poluição ou a pesticidas
Características do Autismo
Os sintomas estão presentes desde muito cedo na criança e são limitativos do seu desenvolvimento.
Os sintomas são detectados por volta dos 2-3 anos de idade, mas podem ser reconhecidos entre os 8-12 meses, se o atraso no desenvolvimento for grave.
O atraso no desenvolvimento de linguagem por volta dos 2 anos de idade é, normalmente, um dos maiores sinais de alerta dos pais.
Também podemos citar:
- Falta de reciprocidade social ou emocional;
- Atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral;
- Quando existe linguagem, existe uma acentuada incapacidade para iniciar ou manter uma conversação com os outros;
- Déficit no uso de comportamentos não verbais, como o contato ocular, expressões faciais, posturas corporais e gestos;
- Inflexibilidade a alterações na rotina, insistem nas repetições e reagem negativamente perante pequenas alterações;
- Interesses altamente fixos e restritos de forma exagerada, na intensidade e no objetivo;
- Hiper ou Hipoatividade a estímulos externos, por exemplo, podem tocar ou cheirar de forma exagerada determinados objetos e ter uma aparente indiferença à dor ou à temperatura.
Sinais precoces para alerta do autismo
- A ausência de contato ocular;
- Ausência de resposta ao nome;
- Ausência de reconhecimento das vozes da mãe e do pai;
- Diminuição ou ausência de gestos, como apontar, dizer adeus ou mostrar (12 meses);
- Atraso na aquisição do balbucio (9 meses);
- Ausência de resposta a expressões dos pais;
- Ausência de expressões de alegria ou prazer (a partir dos 6 meses);
- Ausência das primeiras palavras (16 meses);
- Ausência de atenção partilhada;
- Falta de necessidade de estar perto de outros;
- Isolamento;
- Falta de intenção comunicativa.
Evolução do Autismo
Os sintomas são mais marcantes durante a infância e a adolescência e algumas crianças melhoram a interação social e a comunicação durante a adolescência, enquanto outras pioram.
Apenas uma pequena parte vive e trabalha de forma independente na idade adulta. Normalmente, os indivíduos que conseguem encontrar um trabalho que se adapte às suas características especiais, são aqueles que têm uma linguagem funcional e fortes habilidades intelectuais.
Aplicando a Auriculoterapia Neurofisiológica no Autismo
A auriculoterapia Neurofisiológica atua nos sintomas e problemas associados ao autismo, melhorando a qualidade de vida do paciente. Cada paciente é um ser único, então, é importante conversar com os pais da criança, observar as reações da criança, como a criança se expressa, buscar saber se ela está fazendo terapia. Algumas crianças dormem bem, outras não, algumas são agressivas, nervosas, outras não. Em crianças, o ideal é utilizar o menor número de pontos possíveis e verificar qual é o estímulo ideal.
Ao fazer a anamnese e descobrir que o paciente precisa de foco, usamos o ponto do encéfalo e frontal. No caso de alterações no sono, podemos utilizar o ponto do sono. O ponto da alegria pode ser utilizado para dar mais disposição para esse paciente. No entanto, é necessário observar se o paciente está ou não hiperativo. Se estiver hiperativo o ideal é acalmá-lo. Crianças que dormem bem, evoluem na sua memória e concentração.
Também é necessário que o intestino esteja funcionando corretamente.
Portanto, é necessário coletar o máximo de informações sobre os sintomas e comportamentos da criança para poder construir protocolos efetivos e com o menor número de pontos para que não incomode o paciente infantil.
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Referências:
FOCUS, Cooperativa. O que é autismo? E a perturbação do espectro do autismo? Disponível em: https://cooperativafocus.pt/autismo.php?l=pt#aut
CARE, Genial. Dia do autismo: Conheça a campanha de conscientização da Genial Care. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/dia-do-autismo-campanha-da-genial-care/
ABERTO, Revista Espaço. Um retrato do autismo no Brasil. Disponível em: http://biton.uspnet.usp.br/espaber/?materia=um-retrato-do-autismo-no-brasil