Segundo a OMS 90% de todas as doenças são desencadeadas ou agravadas pelo estresse, isso apenas demonstra que nossas emoções afetam diretamente a nossa saúde. Neste artigo vamos explorar a relação entre o estresse e o corpo, e também a importância do equilíbrio emocional para a saúde, como ela afeta o nosso sono, causa transtornos alimentares, problemas cardiovasculares, doenças de pele e câncer.
Além disso, vamos entender o que acontece quando descuidamos do equilíbrio emocional e quais as consequências para o corpo. Hoje vamos descobrir como o sistema nervoso autônomo e o nervo vago desempenham um papel fundamental na homeostasia e no bem-estar dos pacientes.
O Sistema Nervoso Autônomo e a Homeostasia
Para entender como as emoções afetam a saúde precisamos conhecer o sistema nervoso autônomo e sua relação com a homeostasia. O sistema nervoso autônomo é dividido em sistema nervoso simpático e parassimpático, que atuam em conjunto no equilíbrio do corpo humano.
Eles atuam de forma antagônica regulando as funções do corpo: enquanto um prepara o corpo para a luta ou fuga (sistema simpático) o outro causa relaxamento daquele momento de estresse agudo (sistema parassimpático).
Como principal peça do sistema parassimpático está o nervo vago. Eu gosto tanto de falar sobre o vago que escrevi um e-book com mais de 100 páginas sobre esse assunto.
Esse nervo é conhecido como nervo craniano X, é um dos doze pares de nervos cranianos que se originam no cérebro. Derivado do latim, que significa “errante”, o nervo vago possui fibras sensoriais e motoras que desempenham funções importantes no corpo. As fibras sensoriais transmitem informações ao cérebro, enquanto as fibras motoras levam os estímulos de volta ao corpo.
O nervo vago está envolvido em respostas fisiológicas, como a redução da frequência cardíaca (bradicardia), broncoconstrição, aumento da motilidade gástrica e modulação imunológica para controlar os níveis inflamatórios.
A Conexão do Nervo Vago com os Órgãos
O nervo vago tem origem no tronco cerebral, localizado na região posterior das orelhas. Ele percorre o pescoço, atravessa o tórax e chega ao abdômen, conectando o tronco cerebral a quase todos os órgãos essenciais.
O nervo vago se ramifica pelo corpo, interagindo com o fígado, o pâncreas, baço, estômago, coração, pulmões, rins e os intestinos delgado e grosso.
Por percorrer uma extensa região, ramificando-se por diversos órgãos e vísceras, o vago é a mais importante via de comunicação entre o cérebro e os órgãos internos, responsável por promover o equilíbrio e regular o sistema nervoso parassimpático por meio de ações benéficas:
- Redução da pressão arterial;
- Cronotropismo (frequência) e inotropismo (contração) cardíacos reduzidos;
- Dilatação de coronárias;
- Redução da pressão arterial;
- Redução da frequência respiratória;
- Dilatação dos brônquios;
- Aumento de peristaltismo;
- Relaxamento de esfíncteres intestinais;
- Economiza o consumo de energia.
Equilíbrio Emocional
A estimulação do nervo vago desencadeia a liberação de substâncias como a hipocretina e a lipocreína, relacionadas com o controle da homeostase, equilíbrio corporal, comportamento alimentar, processos de recompensa, redução da ansiedade, do pânico e do medo, além de regular o estado de sono e vigília. O nervo vago também desempenha um papel importante no controle cardiorrespiratório, imunológico e na regulação emocional.
Uma das funções mais surpreendentes do nervo vago é a sua capacidade de regular as respostas emocionais. Estimulá-lo pode nos ajudar a lidar melhor com as frustrações, medos e ansiedades do dia a dia. Aqueles que têm maior controle sobre suas emoções tendem a ter uma melhor qualidade de vida e saúde emocional e física.
As disfunções relacionadas com o nervo vago podem estar associadas a uma variedade de condições. Alguns exemplos incluem:
Doenças gastrointestinais: o vago desempenha um papel importante na regulação da função digestiva, e sua disfunção pode contribuir para problemas como refluxo ácido, gastroparesia (esvaziamento lento do estômago) e síndrome do intestino irritável.
Distúrbios cardiovasculares: o vago ajuda a regular a frequência cardíaca e a pressão arterial. Uma função anormal do nervo vago pode contribuir para arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial.
Distúrbios controlados: o vago desempenha um papel na regulação da função pulmonar. Problemas com o nervo vago podem estar relacionados a distúrbios como a asma.
Distúrbios neuropsiquiátricos: evidências sugerem que o vago pode desempenhar um papel na regulação do humor e no controle da ansiedade. Alguns distúrbios psiquiátricos, como a depressão e o transtorno de ansiedade, podem estar relacionados a um funcionamento anormal do nervo vago.
Inflamação e Resposta Imunológica
Estudos mostram que a ativação das fibras aferentes do nervo vago gera respostas anti-inflamatórias, auxiliando no tratamento de dores crônicas e patologias, como a artrite reumatoide. Além disso, o nervo vago contribui para a melhora da resposta imunológica, ajudando a equilibrar o sistema imunológico e reduzindo inflamações crônicas.
10 Técnicas para redução do estresse por meio da estimulação do nervo vago
Existem várias técnicas que podem ser utilizadas para estimular o nervo vago e promover seus benefícios. Algumas delas incluem:
Yoga
A prática da yoga melhora o tônus vagal e aumenta a liberação de neurotransmissores relaxantes, como o GABA.
Meditação
A meditação reduz a ativação da amígdala, diminuindo a sensação de medo e promovendo o relaxamento do tronco cerebral.
Cantar e conversar
O ato de cantar ou conversar estimula o nervo vago através da ativação dos músculos da laringe. Além disso, a frequência cardíaca pode ficar sincronizada quando cantamos em conjunto com outras pessoas.
Exposição à luz solar
A luz solar é uma ferramenta de limpeza do organismo e está relacionada ao fortalecimento da imunidade. A vitamina D, obtida através da exposição ao sol, desempenha um papel importante nesse processo.
Emoções positivas
Buscar vivenciar emoções positivas, como brincar, rir e se divertir, estimula o nervo vago. O sistema simpático não está programado para rir, portanto, aproveite momentos de diversão
Alimentação saudável
Uma alimentação equilibrada é capaz de balancear a microbiota intestinal e favorecer a atuação do nervo vago. Frutas e vegetais frescos são essenciais para uma dieta saudável e equilibrada. Evitar cafeína e açúcar também.
Bactérias presentes no trato digestivo estimulam o nervo vago no controle do humor, na resposta imunológica, na digestão e na frequência cardíaca.
Respiração profunda
Durante a inalação o Sistema Nervoso simpático promove uma aceleração da frequência cardíaca e que, durante a exalação, o nervo vago libera a acetilcolina pelo Sistema Nervoso Periférico que causa desaceleração nos intervalos entre os batimentos.
Diminuir o ritmo da respiração, tornando-a mais diafragmática, com exalação prolongada ativa o Sistema Nervoso periférico pela função aferente do nervo vago nas vias aéreas, resultando em relaxamento.
Atividade física moderada
Exercícios agem fortalecendo o organismo, oxigenando o cérebro e liberando irisina, que aumenta a motivação e o bem-estar.
Sono reparador
Nada melhor que uma boa noite de sono para que os hormônios possam reequilibrar o organismo e fortalecer o sistema imunológico.
Auriculoterapia
A estimulação mecânica de pontos específicos do pavilhão auricular provoca a propagação de estímulos elétricos aferentes do nervo vago, indo da periferia em direção ao tronco cerebral e estruturas centrais, estimulando-o
Portanto, reserve um tempo para incorporar essas práticas no seu dia a dia e observe os efeitos positivos que elas podem trazer para sua saúde e qualidade de vida.
Seu corpo e mente agradecem!
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