A primeira terça-feira de maio é o Dia Mundial de Combate à asma. Esse ano caiu no dia 3. Trataremos mais sobre isso no artigo “Auriculoterapia no dia de combate mundial à asma”.
Hoje abordaremos como a asma interfere na vida dos pacientes, como a alimentação pode prevenir e como a auriculoterapia pode ajudar pacientes com asma.
A asma é uma das doenças crônicas mais comuns e repercute em faltas escolares e no trabalho.
Problema mundial de saúde que acomete cerca de 300 milhões de pessoas.
No Brasil, existem cerca de 20 milhões de asmáticos.
Segundo o Ministério da Saúde, ocorrem no Brasil cerca de 350 mil internações anualmente.
Conceito
- Doença caracterizada por inflamação das vias respiratórias, desencadeada por diversos deflagradores, que resulta em broncoconstrição parcial, o que torna a respiração mais difícil.
- Quando os bronquíolos inflamam, segregam mais muco, o que aumenta o problema respiratório.
- Em uma crise de asma, os músculos lisos dos brônquios se contraem, fazendo com que os brônquios se estreitem (denominada broncoconstrição)
- Os tecidos que revestem as vias aéreas incham devido à inflamação e secreção de muco nas vias aéreas
- As vias aéreas estreitas exigem que a pessoa faça mais esforço para respirar
- Na asma, o estreitamento é reversível, o que significa que, com o tratamento adequado ou espontaneamente, as contrações musculares das vias aéreas são interrompidas, a inflamação se resolve, de modo que as vias aéreas se alargam novamente e o fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões retorne ao normal
Os sintomas mais frequentes são:
- Falta de ar
- Tosse seca
- Chiado
- Opressão no peito
- Restrição grave do fluxo respiratório
- Hiper-reatividade brônquica
- Gripes e resfriados costumam se agravar
Ainda sobre os sintomas
- As crises variam em frequência e gravidade. Algumas pessoas que têm asma não apresentam sintomas a maior parte do tempo e apresentam apenas episódios breves e leves de falta de ar. Outras pessoas apresentam tosse e sibilos a maior parte do tempo e sofrem crises graves após infecções virais, exercícios ou exposição a outros desencadeadores.
- A tosse pode ser o único sintoma em algumas pessoas. Algumas pessoas com asma produzem um catarro claro e pegajoso.
- Crises de asma ocorrem principalmente à noite (asma noturna) o que indica que a asma não está controlada.
Principais gatilhos das crises de asma
- Genes de susceptibilidade à asma
- Infecções no trato respiratório superior e pneumonia são desencadeadores infecciosos comuns
- Exercícios podem ser um gatilho, principalmente em ambientes frios ou secos, e o ar frio por si só também pode desencadear os sintomas.
- Poluição do ar, fumaça de cigarro, perfumes e produtos de limpeza, cheiro de tinta também podem desencadear os sintomas.
- Emoções como ansiedade, raiva e agitação algumas vezes desencadeiam crises.
- Aspirina e anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) desencadeiam crises em quase 30% das pessoas com asma grave
- Refluxo gastroesofágico é um gatilho entre pacientes com asma por microaspiração do ácido.
Os fatores ambientais do risco de asma podem ser divididos em 3 grupos:
- Exposição a alergênicos
- Alimentação
- Fatores perinatais
Nos asmáticos as vias aéreas estreitam-se em resposta a estímulos que normalmente não afetam as vias aéreas de pessoas sem asma.
Exposição a alérgenos
- Na asma alérgica, os alérgenos inalados (pólen, partículas de ácaros, penas e pêlos de animais) combinam-se com a imunoglobulina E (um tipo de anticorpo) que desencadeia a liberação de substâncias químicas causadoras de asma, causando o estreitamento das vias aéreas e a dificuldade de respirar.
- Estresse e ansiedade podem desencadear a liberação de histamina, estimular o nervo vago (que está conectado com o músculo liso das vias aéreas), que, então, contrai-se e estreita os brônquios.
Alimentação
Alimentação com baixo teor de
- Vitamina C
- Vitamina E
- Ácidos graxos ômega 3
Fatores perinatais
- Baixa idade materna
- Nutrição materna precária
- Prematuridade
- Baixo peso ao nascer e
- Ausência de aleitamento materno
Ritmo circadiano e asma
- Pesquisa realizada pela Escola de Medicina de Harvard e pela Universidade de Oregon revelou que 75% das pessoas com asma relatam piorar a gravidade da asma à noite
- Muitos fatores comportamentais e ambientais, incluindo exercícios, temperatura do ar, postura e ambiente de sono, são conhecidos por influenciar a gravidade da asma.
- Na pesquisa os participantes com asma tinham sua função pulmonar mais baixa por volta das 4 horas da manhã, e um agravamento da asma que normalmente pode ser ocultado durante o sono.
- A equipe descobriu que havia influências aditivas do sistema circadiano e do ciclo comportamental sono/vigília, sugerindo que os efeitos circadianos do sono podem contribuir para o agravamento da gravidade da asma.
Níveis de gravidade da asma
Intermitente: os sintomas da pessoa ocorrem até dois dias por semana e não interferem nas atividades da vida diária
Leve persistente: os sintomas ocorrem mais que duas vezes por semana, mas limitam as atividades da vida diária apenas levemente
Moderada persistente: os sintomas ocorrem diariamente e limitam algumas atividades da vida diária.
Grave persistente: Os sintomas ocorrem durante todo o dia e interferem excessivamente nas atividades da vida diária
Asma é um dos fatores de risco do COVID – 19
Tratamento convencional
A asma não tem cura e varia de paciente para paciente e ao longo do tempo em um mesmo indivíduo.
Importante evitar o contato com os gatilhos
A maioria dos pacientes com asma é tratado com dois tipos de medicação
- Medicação controlada que serve para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises de asma: são os corticóides inalados isolados ou em associação com uma droga broncodilatadora de ação prolongada e reduzem a inflamação dos brônquios e os riscos de crises.
- Medicação de alívio que serve para aliviar os sintomas quando houver uma piora da asma
Existe relação entre o nervo vago e a asma?
O vago é um dos principais componentes do Sistema Nervoso parassimpático, que controla as ações involuntárias do corpo.
O sistema nervoso simpático nos deixa preparados para a ação, num mecanismo que gera uma série de respostas preparatórias dos órgãos (coração, intestino e pulmão).
O sistema nervoso parassimpático, ao contrário, “desliga a máquina”, trazendo o relaxamento, o descanso, a recuperação, regulação da frequência cardíaca e respiratória.
O nervo vago, até por atravessar o corpo, faz esse papel, é essa via de comunicação que transmite sinais ao cérebro para relaxar, mostrando que o perigo passou.
Auriculoterapia na asma
O que pudemos observar em pacientes asmáticos que fizeram tratamento com auriculoterapia é que o paciente tem uma melhora no quadro de asma e alguns permanecem a melhora e começam a espaçar as crises.
Quando eu sei o que desencadeia uma crise, eu tenho na auriculoterapia pontos específicos. Tenho na auriculoterapia pontos essenciais como o do pulmão bilateral e um anti-inflamatório como adrenal ou subcórtex, pois há uma inflamação dos brônquios. O adrenal é o mais recomendado, pois trabalha com a adrenalina e o cortisol. Também é indicado para os pacientes ansiosos, por equilibrar o cortisol e a adrenalina. Outro ponto essencial é o da alergia e ponto do vago. Lembrando que a formação do protocolo depende da anamnese, pois deve-se investigar o caso clínico único do paciente, dos seus hábitos, do seu dia a dia. Alguns pontos não podem faltar, mas sempre vou individualizar o tratamento de cada paciente.
Referências
HARVARD, Medical School. Inflammatory Insights. Disponível em: https://hms.harvard.edu/news/inflammatory-insights
MDS, Manual. Asma. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/asma/asma?query=Asma
TISIOLOGIA, Sociedade Brasileira de Pneumologia e. Asma. Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/espaco-saude-respiratoria-asma/
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