O sexo não traz apenas benefícios para o emocional, também é importante para a saúde física das pessoas. Além de aumentar a conexão entre os casais, libera hormônios importantes para o bem estar físico e emocional, reduz risco de ataque cardíaco, queima calorias, alivia dores, melhora o sono, melhora a imunidade, diminui o estresse e muito mais. Hoje vamos falar sobre “Libido feminina dos 20 aos 50 anos”.
A falta de libido afeta muitos casais e pode gerar crise no casamento. Segundo matéria do site Bem Paraná, a falta de libido atinge 33% das mulheres que foram estudadas em uma pesquisa realizada pela Universidade de Missouri, nos EUA. Também apontaram que “a falta de desejo sexual da mulher é a causa de 25% dos divórcios”
Na maioria das vezes, a falta de libido é um tabu e isso afeta a busca por auxílio. Cabe a você observar ou até mesmo questionar sua paciente se achar pertinente para poder ajudar.
A menopausa também é um fato importante que interfere na libido da mulher. Em artigo do site Science Direct, foram identificadas mudanças comportamentais como:
- Redução da atividade sexual;
- Falta de paciência;
- Menor motivação para o trabalho;
- Autoestima afetada.
A tabela abaixo mostra os principais sintomas relatados pelas mulheres estudadas e o grau de intensidade:
Fonte: Lomônaco, Tomaz e Ramos (2015)
Podemos observar que a “redução do desejo sexual” está em terceiro lugar e está presente em 70% das entrevistadas.
Perguntas para reflexão:
No passado, seu nível de desejo sexual era bom e satisfatório para você?
Houve uma diminuição no seu nível de desejo sexual?
Você está incomodada com a diminuição do seu nível de desejo sexual?
Você gostaria que seu nível de desejo sexual aumentasse?
Muitas mulheres respondem que não estão incomodadas, pois a educação que tiveram não acusa que o sexo é importante tanto para a saúde quanto para o seu relacionamento.
Essas são perguntas que podem estar na sua anamnese e ajudarão a descobrir se sua paciente está com a vida sexual saudável ou não e você poderá orientá-las a respeito disso.
O que é libido feminina?
Libido é uma palavra derivada do latim que significa “desejo sexual”
Para Sigmund Freud, pai da psicanálise, libido é uma energia que provém dos instintos e que direciona nossas ações.
Para a Organização Mundial da Saúde, a satisfação sexual é um dos aspectos considerados necessários para a qualidade de vida.
O baixo desejo tem sido um dos problemas sexuais mais comuns entre as mulheres nas últimas duas décadas.
Cerca de 40% das pessoas em todo o mundo experimentam a falta de interesse sexual por vários meses em um ano.
Levantamento realizado pelo Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP mostrou que a falta de libido representa o maior número de queixas registradas no ambulatório de Sexualidade da Ginecologia, somando 65% das reclamações.
Pesquisa realizada pelo Centro de Referência em Sexualidade com 455 pacientes do Ambulatório de Sexologia constatou que, além de falta de libido:
- 23% sofrem de ausência de orgasmo (anorgasmia);
- 13% se queixam de vaginismo (contração involuntária dos músculos da vagina);
- 18,2% das pacientes avaliadas apresentavam dificuldade de chegar ao orgasmo;
- 9,2 % tinham dispareunia (dor intensa durante a relação sexual)
Algumas possíveis causas da falta de libido
- Fatores psicológicos: depressão, ansiedade, traumas, fadiga.
- Doença renal crônica: a insuficiência renal pode afetar outras funções no corpo, como o apetite sexual.
- Medicamentos: alguns remédios diminuem os níveis de testosterona no sangue (medicamentos para depressão, ansiedade ou câncer de próstata avançado) e reduzir a libido.
- Baixo nível de testosterona: o principal hormônio sexual masculino, quando está em baixa quantidade no sangue, pode acarretar falta de libido e até fragilidade e perda óssea.
A libido ou desejo sexual pode ser influenciado por diversos fatores que o fazem aumentar ou diminuir nas diferentes fases da vida humana.
A diminuição da libido pode estar relacionada com os hormônios androgênicos, resultando em excitação atrasada ou alterada, diminuição da lubrificação e dilatação vaginal, orgasmo atrasado ou ausente e dor ou dispareunia, o que pode levar a uma aversão às expectativas sexuais.
A falta de desejo sexual feminino é um problema mais comum do que imaginamos e acomete entre 15% e 35% das mulheres que sofrem com sintomas como:
- Perda do desejo sexual
- As ondas de calor dos “fogachos”
- Suores noturnos
- Noites de insônia que “sugam” a sua energia
- Fadiga constante e falta de disposição
- Ganho de peso que afeta a autoestima
- Secura vaginal e dor afetando a libido e retirando o prazer
Muitas mulheres sofrem em silêncio, e muitas vezes esse problema pode estar acontecendo na sua casa, com você!
Se a sua paciente é uma mulher, você deve perguntar na anamnese se ela está no climatério ou menopausa. O climatério é antes da menopausa. No climatério a mulher ainda tem uma menstruação irregular. Quando a mulher passa um ano sem menstruar, considera-se menopausa.
Você pode ajudar, tirar a dor e o sofrimento delas, resgatar a alegria e o desejo sexual, basta estar preparada para isso.
O ciclo vicioso da perda da libido
Com os sintomas da menopausa, a libido diminui, com a libido diminuída, há redução da atividade sexual. Com a redução da atividade sexual há perda dos benefícios do sexo, aumentando os sintomas da menopausa.
Cito alguns benefícios do sexo:
- Aumento da conexão emocional com o parceiro;
- Liberação dos hormônios do bem estar como serotonina, endorfina, dopamina, ocitocina;
- Saúde do coração;
- Melhora imunidade : Aumento da imunoglobulina do tipo A;
- Queima de calorias;
- Regula pressão sanguínea;
- Alívio de dores;
- Melhora do humor e do sono;
- Alívio do estresse
Precisamos aprender a quebrar esse ciclo e oferecer qualidade de vida às mulheres!
A menopausa não é uma doença, é um processo fisiológico, porém um processo fisiológico que traz alterações como a adolescência e a gravidez. Esse equilíbrio faz parte das nossas vidas, mas que trazem sintomas incômodos. Sendo assim, muitas mulheres se conformam com os sintomas e cabe a nós orientarmos as pacientes que esse processo pode ser vivido com menos ou sem incômodos.
A auriculoterapia não se limita a colocação de pontos e nem a tratar doenças, pois você poderá ajudar trazendo qualidade de vida.
A sexualidade da mulher
Sexualidade é um conjunto de características humanas que se traduz nas diferentes formas de expressar a energia vital, pela qual se manifesta a capacidade de se ligar às pessoas, ao prazer, aos desejos, às necessidades e à vida.
História da sexualidade feminina
Em todas as sociedades, as expressões da sexualidade são alvo de normas morais, religiosas e científicas, que vão sendo aprendidas pelas pessoas desde a infância.
Em várias culturas, a sexualidade feminina foi reprimida. Eva comeu o fruto proibido e ofereceu a Adão, que também comeu. Essa história carrega consigo a “vergonha” da mulher (e do homem), mostrando como se tivéssemos toda a culpa por sermos expulsos do paraíso.
Mas nós somos guerreiras, estamos alcançando nosso espaço. Trabalhamos, cuidamos da casa, do marido, dos filhos. As que não têm maridos e filhos para cuidar, também têm várias responsabilidades. Ainda temos muito para nos libertarmos das repressões que as culturas nos impõem. Toda a repressão sentida pelas mulheres afeta a vida como um todo e também a vida sexual.
No Brasil, a sexualidade foi construída com forte influência de questões históricas e culturais, refletindo as relações desiguais entre homens e mulheres.
Hoje, estamos lutando para construir uma sociedade mais justa com respeito às nossas diferenças, pois não queremos igualdade, mas sim tratamento justo e respeito.
Resposta sexual feminina
Envolve uma interação complexa de:
- Fisiologia
- Emoções
- Experiências
- Crenças
- Estilo de vida e
- Relações sociais
A sexualidade da mulher é multifatorial e multissistêmica por meio da atuação conjunta dos sistemas:
- Endócrino
- Vascular
- Nervoso
- Muscular
- Imunitário
Em situações de múltiplos órgãos envolvidos, raramente existe uma única solução, sendo necessário equilibrar o organismo como um todo para ter resultado.
Auriculoterapia neurofisiológica como diferenciação profissional
Quantos dentistas, terapeutas, nutricionistas, psicólogos, massoterapeutas, enfermeiros, e tantos outros profissionais da saúde conhecem pacientes com problemas nas áreas de libido e menopausa e ficam limitados em razão de sua área de atuação.
Os sintomas afetam seus tratamentos e os impedem de conseguir resultados em suas áreas, precisando, muitas vezes, esperar que suas pacientes retornem de consultas com especialistas para poder dar continuidade aos seus atendimentos.
A auriculoterapia te liberta para oferecer resultados em diversos sintomas da menopausa.
Sexualidade e prazer
A sexualidade é parte importante da vida e se relaciona com o prazer, mas não se confunde com ele.
O prazer é uma experiência psíquica complexa que envolve memória, motivação, homeostase e autoconhecimento.
Para Freud “a mente funciona de modo a alcançar prazer e evitar o desprazer, a dor e o sofrimento, de forma a satisfazer as necessidades biológicas e psicológicas”
Intimidade e desejo sexual
- O desejo sexual é um aspecto central do funcionamento sexual
- A motivação sexual dá origem a uma experiência consciente do desejo sexual e emerge de estímulos eróticos externos ou internos que são avaliados como sexualmente significativos e gratificantes
- A motivação sexual é impulsionada pela expectativa de recompensa
- Uma recompensa importante é a intimidade emocional, que gera a experiência de fortes sentimentos de proximidade, conexão e vínculo
- A intimidade serve tanto como um gatilho para o desejo sexual, quanto como uma recompensa criada pela experiência de excitação sexual e – em particular – do orgasmo.
O desejo sexual feminino dos 20 aos 50 anos
Desejo sexual aos 20 anos
Os impulsos corporais, dentre eles o desejo sexual, em geral são muito fortes, pois o impulso biológico está em pleno vigor.
Período de maior atividade sexual.
Desejo sexual baixo pode estar relacionado com fatores como:
- Controle de natalidade;
- Medo de engravidar;
- Uso de anticoncepcional
Desejo sexual aos 30 anos
- A partir dos 30 anos, o desejo por intimidade física pode começar a cair motivada por fatores como:
- Queda nos níveis da testosterona;
- Momento profissional decisivo, exigindo decisões e aumentando o estresse;
- Responsabilidades com a maternidade que levam à exaustão e dificuldade de ter mais tempo para a mulher;
- Baixa autoestima em razão da obesidade ou da falta de tempo/ dinheiro para se cuidar;
- Falta de perspectiva de mudança social ou profissional que afeta os relacionamentos;
- Problemas de saúde;
- Acomodação com o parceiro estável, sem buscar explorar a fundo sua sexualidade
Desejo sexual aos 40 anos
- Quedas hormonais bruscas atuam mais fortemente à medida que a menopausa se aproxima, afetando o desejo sexual e a qualidade do ato sexual, com pouca lubrificação vaginal natural.
- A diminuição dos níveis de progesterona gera mais TPM, ganho de peso, mau humor, insônia e irritabilidade.
- Para algumas mulheres de 40 anos é o momento dos melhores orgasmos, pela possibilidade de se explorar mais como mulher (ela está estabelecida profissionalmente e as crianças cresceram e saíram de casa)
Desejo sexual aos 50 anos ou +
- Vários fatores interferem na libido: os filhos já saíram de casa, dando mais liberdade ao casal e o risco de engravidar é muito reduzido, mas a menopausa gera alterações hormonais na mulher, afetando o desejo sexual.
- A diminuição nos níveis de estrogênio reduz a lubrificação vaginal e gera a atrofia da musculatura da região (que fica mais fina e menos elástica), pois o estrogênio mantém o colágeno vaginal volumoso e úmido e fornece um bom fluxo sanguíneo para a área.
- Ondas de calor e mudanças de humor podem retirar a vontade da mulher de fazer sexo.
A auriculoterapia neurofisiológica pode auxiliar fazendo com que a mulher se prepare para esse momento, se sentindo mais calma e sem os calorões, por exemplo.
Pesquisa: sexualidade entre mulheres de meia idade
Pesquisa com a participação de 409 mulheres com idades entre 40 e 59 anos investigou a função sexual e os fatores de risco relacionados com a disfunção sexual, avaliando os seguintes pontos:
- Desejo
- Excitação
- Lubrificação
- Orgasmo
- Satisfação
- Dispareunia
A prevalência de disfunção sexual feminina foi de 55,7% com as mulheres apresentando dificuldades em todas as áreas, mas com prevalência em DISPAREUNIA e LUBRIFICAÇÃO.
Fatores que aumentaram o risco de disfunção sexual feminina:
- Idade
- Estar na pós-menopausa
- Idade do parceiro
- Escolaridade
- Disfunção erétil e ejaculação precoce
Como vimos, manter uma vida sexual saudável é essencial tanto para saúde física quanto emocional e mental das mulheres. Muitos dos fatores que inibem o desejo sexual podem ser trabalhados e equilibrados com a prática da auriculoterapia neurofisiológica. Sendo assim, cabe a você fazer uma anamnese completa para descobrir se sua paciente está passando por algum desses problemas para que você, como auriculoterapeuta fora da curva, possa auxiliá-la e transformar a qualidade de vida dela e do seu companheiro.
Referências
BARROS, Fortunato. FIGUEIREDO, Rute. MANUAL DE MEDICINA SEXUAL – Visão Multidisciplinar. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/281273040_Visao_de_Enfermagem_nas_Patologias_Peno-Escrotiais_nos_Servicos_de_Urgencia
CHEDRAUI, P. et al. Assessment of sexuality among middle-aged women using the Female Sexual Function Index. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19117186/
FRONTIERSIN. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3359/fpsyg.2021.665967/full
GLOBO. Disponível em: https://glamour.globo.com/lifestyle/amor-sexo/noticia/2021/05/libido-entenda-como-o-desejo-sexual-funciona-de-acordo-com-idade.ghtml
LOMÔNACO, Cecília et al. O impacto da menopausa nas relações e nos papéis
sociais estabelecidos na família e no trabalho. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413208715000412#:~:text=O%20estudo%20mostrou%20que%20os,habitual%20ou%20suas%20rela%C3%A7%C3%B5es%20interpessoais.
PARANÁ, Bem. Disponível em: https://www.bemparana.com.br/noticia/falta-de-desejo-sexual-pode-gerar-crise-no-casamento–#.Yt8PRnbMJPY
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