21 de setembro é considerado o Dia Mundial do Alzheimer. Por isso, falaremos sobre “O alzheimer na visão da Auriculoterapia”.
CONCEITO DE DEMÊNCIA
Nome dado às síndromes cerebrais que progressivamente vão afetando a memória, o pensamento, o comportamento e a emoção.
Existem mais de 100 formas de demência, mas a mais conhecida é a doença de Alzheimer que responde por 50 a 60% dos casos, sendo a principal causa de incapacidade e dependência entre os idosos.
Doença multifatorial que não está relacionada exclusivamente com a idade, e mantém estreita relação com a falta de estabilidade emocional (angústia, medo e depressão).
Dados oficiais dão conta de que
• A demência afeta quase 50 milhões de pessoas em todo o mundo, com um novo caso ocorrendo em algum lugar do mundo a cada 3 segundos.
• As evidências científicas mostram que entre o início da doença e as primeiras alterações podem acontecer 20 anos antes do diagnóstico da doença.
• A doença pode permanecer sem diagnóstico correto por anos.
• A média de expectativa de vida após o diagnóstico é de 7 anos.
• Menos de 3% dos pacientes vivem mais de 14 anos após o diagnóstico.
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO x ALZHEIMER
• 20% das pessoas com mais de 65 anos apresentam déficits cognitivos leves.
• Estimativa de vida no Brasil aumento de 45 anos em 1940 para 75,5 anos em 2016.
• Expectativa: em 2025 o número de idosos no Brasil deve atingir 32 milhões de pessoas.
• Segundo o IBGE, em 2050, 25% da população brasileira será formada por idosos, fato que preocupa porque pode agravar o cenário, ainda mais quando os medicamentos utilizados ainda não mostraram-se eficazes.
• OMS: 47 milhões de casos de demência no mundo
• A cada ano 10 milhões de novos casos
• Alzheimer responde por 60 a 70% dos casos de demência
• Estima-se que no Brasil haja 1 milhão e 200 mil diagnósticos de Alzheimer
O nome faz referência o médico alemão Alois Alzheimer, que em 1906, descreveu pela primeira vez a doença analisando o cérebro de uma paciente que começou a apresentar comportamento estranho.
Representa a forma mais comum de Demência com cerca de 65% dos casos.
• Características: provoca a deterioração global e progressiva de diversas funções cognitivas
• Quais as principais funções cognitivas ?
• Memória, atenção, concentração, linguagem e pensamento
• Consequências: alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas atividades de vida diária.
• Alzheimer não tem a ver com perder as chaves, mas com não saber para que elas servem.
• As células cerebrais são afetadas e são formadas placas (teias) que impedem as conexões entre os neurônios – SINAPSES.
Antes os cientistas acreditavam que essas teias eram formadas por agentes patógenos, mas atualmente há teses que apontam que essas teias são defesas do organismo contra os patógenos, que acabam por matar também as células cerebrais.
• Na medida em que as células vão morrendo vão surgindo as incapacidades. As funções vão sendo afetadas, e raramente consegue voltar a recuperá-la ou reaprendê-la.
• Demência não é loucura: está relacionada com cognição (aprendizagem e memória).
• Na demência esse processo cognitivo vai se embaralhando e a visão da realidade fica deturpada (interpretações equivocadas, perseguição)
• Causas da demência: AVE, falta de nutrientes (vitamina B12, por exemplo), hipotireoidismo e Alzheimer
No Alzheimer perde-se a memória recente, paciente se perde mesmo em locais em que sempre costuma ir, se atrapalha em contas simples, mais tarde perde a memória antiga.
• Mantém a memória antiga (que também será afetada no decorrer da doença)
• Com o avanço avassalador da doença a pessoa desaprende a andar, a comer e passa a viver debilitado e acamado.
• Surgem proteínas TAU (dentro do neurônio) e BETA AMILOIDE (fora do neurônio) que formam barreiras impedindo as conexões e que vão destruindo as funções cerebrais, fazendo com que o cérebro encolha – é como se as luzes do cérebro fossem se apagando aos poucos.
• Esse encolhimento afeta o hipocampo – local onde ficam armazenadas as memórias, relacionado com a aprendizagem e emoções – afetando a produção de dopamina.
• Infelizmente a doença causa a morte de células cerebrais – os neurônios.
Fatores de risco
• IDADE envelhecer não implica em adoecer, mas aumenta a probabilidade
• PREPONDERÂNCIA GENÉTICA presença da proteína APOE4 é um importante fator de risco genético para vir a desenvolver doença de Alzheimer depois dos 60 anos (portadores do alelo APOE4 terão maior risco de desenvolver a doença).
• SEXO FEMININO afeta mais mulheres que homens, até porque elas vivem mais.
• PERDA AUDITIVA cérebro precisa tirar o recurso de outros lugares para superar o problema
• NÍVEL EDUCACIONAL intensa atividade intelectual ativa mais sinapses e os sintomas podem demorar mais a aparecer
• OBESIDADE aumenta o risco da síndrome metabólica desenvolvendo inúmeras outras doenças como a diabetes, pressão alta e depressão
• DOENÇAS CARDIOVASCULARES – alterações cognitivas e demência vascular aumentam com a idade e ainda mais em pacientes com fatores de risco vasculares – pressão arterial e irrigação de órgãos essenciais
• DIABETES
• ALCOOLISMO/TABAGISMO aumenta 3x a probabilidade de Alzheimer
• ANSIEDADE e DEPRESSÃO
• SEDENTARISMO
• DISTÚRBIOS DO SONO NA ADOLESCÊNCIA
• TRAUMATISMOS (acidentes e prática de modalidade esportivas violentas)
Sinais de demência
- PERDA DE MEMÓRIA – Esquecimento de informações recentes, datas importantes ou eventos, repetir a mesma pergunta várias vezes.
- DIFICULDADE DE PLANEJAR OU RESOLVER PROBLEMAS – dificuldade em seguir uma receita familiar ou administrar as contas. Podem ter muitas dificuldades de concentração e levar muito mais tempo para fazer coisas que habitualmente faziam de forma mais rápida.
- DIFICULDADE EM EXECUTAR TAREFAS FAMILIARES – dificuldades em executar diversas tarefas diárias: tomar banho, dirigir, preparar alimentos, etc.
- PERDA DA NOÇÃO DE TEMPO E DESORIENTAÇÃO – perder a noção de datas, estações do ano e do tempo. Paciente esquecer de onde está ou como chegou até lá.
- DIFICULDADE EM PERCEBER IMAGENS VISUAIS E RELAÇÕES ESPACIAIS – dificuldades de leitura, dificuldades em calcular distâncias e determinar uma cor ou o contraste. Não reconhecer a própria imagem refletida no espelho.
- PROBLEMAS DE LINGUAGEM – dificuldade ao manter uma conversa (repetir o mesmo assunto ou não encontrar palavras adequadas)
- TROCAR O LUGAR DAS COISAS – colocam as coisas em lugares inadequados. Não são capazes de voltar no tempo para se lembrar de quando ou onde o usaram.
- PROBLEMAS DE DISCERNIMENTO – alterações na capacidade de tomar decisão, podem vestir-se de forma inadequada ou não tomar banho.
- AFASTAMENTO DO TRABALHO E DA VIDA SOCIAL
- ALTERAÇÕES DE HUMOR E PERSONALIDADE – podem tornar-se confusos, desconfiados, deprimidos, com medo ou ansiosos ou irritar-se com facilidade
Fonte: Alzheimer’s Disease International – https://www.alz.co.uk/info/alzheimers-disease
SINTOMAS MAIS COMUNS
• perda da memória, confusão e desorientação;
• alteração do apetite;
• alteração de personalidade;
• dificuldade com a fala;
• depressão;
• ansiedade, ataques de pânico e de medo irracional;
• distúrbios do sono – insônia e agitação;
• 30% dos casos de Alzheimer estão relacionados com problemas circulatórios;
• alucinações;
• ideias de perseguição;
• agitação e comportamento agressivo.
Tratamentos convencionais
• Pelos tratamentos pode-se verificar as melhores combinações dos pontos de aurículo para oferecer maior conforto ao paciente
• TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA para alívio dos sintomas:
• Medicamento: Memantina – indicada para pessoas com doença de Alzheimer nas fases moderadamente grave e grave.
• Antipsicóticos (ou neurolépticos): para controlar a agitação, agressividade, delírios e alucinações.
• A depressão pode ser tratada eficazmente com anti-depressivos
• Os medicamentos não estão surtindo os efeitos esperados pela medicina e não são eficazes para impedir o declínio cognitivo.
• Importante: só pode ser prescrito por um médico (não mudamos dosagem nem pedimos para o paciente alterar medicação)
• Medicamentos podem ter efeitos secundários, alguns dos quais podem piorar a sintomatologia da pessoa;
• Pode ser útil no início, mas ser ineficaz no futuro me razão das mudanças progressivas da doença;
• Em geral não apresentam efeitos imediatos – podem levar várias semanas (em regra de 2 a 3) para apresentar benefícios
• A necessidade de consumir diversos medicamentos pode piorar o quadro clinico do paciente. O que for possível substituir por terapias alternativas proporciona um detox do organismo e uma melhor condição de vida
ALZHEIMER – O DIABETES TIPO 3
Além do diabetes tipo 1 (genético) e do diabetes tipo 2 (resistência à insulina gerada por um estilo de vida inadequado) os cientistas estão comprovando a cada pesquisa uma relação entre o consumo excessivo de glicose (carboidratos) e o surgimento do Alzheimer, conhecido como diabetes tipo 3.
A relação é tão próxima que estão sendo realizados testes com remédios para a diabetes para tratar Alzheimer.
Pesquisa realizada nos Estados Unidos com 1394 voluntários, durante 14 anos, revelou que o sobrepeso aos 50 anos acelera o surgimento de Alzheimer
Dicas nutricionais
• Antioxidantes vitaminas E e C reduzem a velocidade de progressão da doença
• Alimentos anti-inflamatórios cúrcuma, mirtilo, linhaça, azeite, abacate, nozes, frutas vermelhas
• Evitar o excesso de glicose
• Ômega 3 – proporcionar benefícios ao sistema cardiovascular, regula a pressão arterial e combate a depressão, está associado a menor incidência de diabetes tipo 2, ajuda no combate à obesidade
• Óleo de coco 7 colheres por dia
• Vitaminas do complexo B – B1 (TIAMINA) – ácido fólico (castanha, carne) e B12 (cobalamina) – proteção dos neurônios (carne, frango, peixe, ovos e laticínios.)
• Vitamina D (sol)
• Prebióticos e probióticos para a saúde do intestino
Liberação de irisina
• Cientistas descobriram que o exercício físico detém a progressão do Alzheimer
• Corpo gera a produção de irisina que melhora a capacidade cognitiva
• Irisina é liberada durante a prática desportiva
• Segundo estudo publicado na Revista Nature a irisina pode prevenir a perda da memória
• Exercícios físicos proporcionam a neurogênese – produção de novos neurônios no hipocampo, além dele alimentação saudável, controle do estresse (meditação), manter a mente ativa (aprenda coisas novas, música, estudos, hobbies)
Vantagens da auriculoterapia no tratamento do Alzheimer
• Esteja atento, você pode ser o primeiro a identificar os sintomas e encaminhar ao especialista;
• Atuação nas habilidades verbais, cognitivas e motoras;
• Melhora da ansiedade, depressão, humor e atenção;
• Baixo custo;
• Não tem efeitos colaterais e não geram dependência;
• Não utilizam medicamentos e contribui para a redução do uso;
• Oferecer dignidade ao paciente e maior conforto aos familiares e ao cuidador.
Principais sintomas tratados pela auriculoterapia:
• Ansiedade e depressão, perda de memória, baixo aprendizado e concentração.
• A técnica permite tratar alterações cognitivas, dificuldade motora, variações de humor, fadigas, reduzi significativamente a depressão e a ansiedade, além de estimular o hipocampo (região do cérebro relacionada à memória de longa duração).
Como visto a auriculoterapia se revela como uma excelente ferramenta para o tratamento do Alzheimer e na qualidade de vida do paciente.