A privação do sono tornou-se um problema global. Nos últimos anos a perda de sono vem se tornando um problema de saúde pública, com sérias implicações para a saúde e o bem-estar. Mas hoje quero dizer que isso pode mudar. Volte a dormir bem e ganhe anos para a sua vida.
Você sabia que a falta de sono da população pode afetar até a economia?
Uma pesquisa feita por um Instituto europeu mostra que efeitos da falta de sono podem custar centenas de bilhões de dólares aos cofres dos países.
A pesquisa estimou o curso econômico anual da falta de sono para os países:
EUA: US$: 411 bilhões
Japão: US$ 138 bilhões
Alemanha: US$ 60 bilhões
Reino Unido: US$ 50 bilhões
Canadá: US$ 21,4 bilhões
Sem contar os gastos com o sistema de saúde com acidentes de trânsito.
Um órgão do governo britânico estima que 20% dos acidentes envolvem pessoas com sinais de cansaço.
O sono perdido afeta a produtividade e aumenta os custos de saúde para os empregadores: uma análise usando dados de empresas americanas coloca o custo anual entre US$1.300 e US$3.000 por funcionário.
Levantamento realizado pelo Instituto do Sono com mais de 1.600 pessoas revelou que 55,1% dos entrevistados relataram piora do sono durante a quarentena, por motivos que incluem:
- Preocupação com os efeitos da pandemia;
- Maior exposição às telas de TV, computador e celular;
- Dificuldade em iniciar o sono e
- Indisposição ou falta de entusiasmo.
A insônia atinge 73 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS). Ela é um distúrbio associado ao aumento de risco de morte, doença cardiovascular, depressão, obesidade, dislipidemia, fadiga e ansiedade.
A insônia é o distúrbio do sono mais frequente e pode ser caracterizado por:
- Dificuldade em iniciar o sono;
- Despertares durante a noite;
- Queixas de sensação de cansaço durante o dia;
- Dificuldade em manter o sono;
- Despertar muito cedo.
A insônia, que pode ser dividida em primária e secundária, pode surgir isoladamente ou ser consequência de situações como:
- Estresse
- Doenças neurológicas
- Alterações hormonais
- Uso de remédios ou substâncias como álcool, cafeína, ginseng, tabaco, diuréticos
- Hábitos inadequados
A insônia primária pode ser causada por uma predisposição subjacente que contribui para o aumento da vigília à noite. Já a secundária pode se desenvolver em resposta a distúrbios ambientais ou devido ao estresse psicossocial, e muitas vezes está ligada a outro distúrbio do sono, como apneia do sono ou síndrome das pernas inquietas e pode ocorrer em razão de ansiedade, dor crônica ou outros problemas médicos.
Pessoas com maior risco de insônia
- Mulheres e idosos
- Pessoas estressadas
- Pacientes com quadros de depressão ou grave sofrimento emocional (divórcio/luto)
- Pessoas de baixa renda
- Pessoas que trabalham à noite
- Pessoas que realizam viagens de longa distância com mudanças de fuso horário
- Sedentários
A insônia está associada com:
- Aumento do risco de morte;
- Doenças cardiovasculares;
- Ansiedade e depressão;
- Obesidade;
- Dislipidemia (gordura no sangue);
- Hipertensão;
- Fadiga;
- Diabetes tipo 2;
- Afeta a função cognitiva, atenção e tomada de decisão;
- Acidentes automobilísticos, domésticos e no trabalho
Privação do sono e a imunidade
- A privação do sono e o sistema imunológico estão entrelaçados;
- A privação do sono é um estressor por induzir a elevação dos níveis de cortisol, que tem efeito imunossupressor;
- O aumento da ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é um importante mediador das alterações imunes observadas em pacientes com insônia ou em indivíduos privados de sono.
A duração do sono pode aumentar o risco de demência?
Dormir poucas horas por noite aumenta o risco de declínio cognitivo e alterações na duração do sono de idosos, aumentando o risco de demência.
Após avaliar a duração do sono de 7.959 participantes durante 25 anos, um estudo francês concluiu que os grupos de 50 e 60 anos que dormiam até 6 horas diárias apresentaram um risco de demência mais elevado que os participantes que dormiam sete horas.
Dormir poucas horas por noite de forma sistemática aos 50, 60 e 70 anos de idade foi associado a um aumento de 30% no risco de demência, independentemente de outros fatores.
Pesquisas sugerem que o sono parece envolver o neocórtex cerebral e o hipocampo, reproduz os eventos do dia para o neocórtex, que revisa e processa as memórias, ajudando-as a durar por um longo prazo.
Dessa forma, o sono desempenha um papel importante na consolidação da memória.
Distúrbios do sono podem trazer sérios impactos ao cérebro e à saúde em geral porque aumentam a probabilidade de estresse crônico, aumento do cortisol, fadiga e inflamação crônica.
A amígdala é responsável pelo processamento emocional e em situações de estresse sinaliza ao hipotálamo, que responde aumentando os níveis de cortisol e de adrenalina, que aceleram o coração, deixam a respiração mais pesada e aumenta o consumo de oxigênio.
O cortisol atua no hipocampo, parte do seu cérebro onde as memórias são processadas e armazenadas e com o estresse crônico pode haver um desgaste do cérebro, afetando a memória e o aprendizado.
5 processos fundamentais do sono para a formação de memórias de curto e longo prazo e para o processamento de cognição
- Eliminar os resíduos metabólicos
- Eliminar células neuronais disfuncionais
- Reconstruir novas conexões neuronais
- Redefinir o equilíbrio dos neurotransmissores
- Melhorar a sensibilidade do receptor do neurotransmissor
Sono e sistema linfático
- Células especiais do sistema nervoso chamadas células gliais eliminam resíduos metabólicos.
- As células do cérebro realizam autofagia limpando partes doentes ou danificadas
- O sistema linfático libera o fluido e as moléculas sujas de dentro do tecido cerebral por meio de uma rede de vias, deixando o líquido cefalorraquidiano limpo.
- Os vasos linfáticos que cercam o cérebro entregam os resíduos ao sistema linfático, que livra o corpo de toxinas, resíduos e outros materiais indesejados.
O sono ruim está associado ao nevoeiro cerebral e problemas de humor quando somos jovens e declínio cognitivo acelerado quando somos mais velhos.
Privação de sono, por sua vez, pode aumentar o risco de demência, doença de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.
A Auriculoterapia Neurofisiológica e qualidade do sono
Na auriculoterapia temos várias situações em que podemos melhorar a qualidade do sono.
Primeiramente o auriculoterapeuta precisa avaliar o paciente e verificar qual é a causa da insônia dele. Se há uma causa emocional, o protocolo a ser proposto é um, se a causa é hormonal, o protocolo será outro e assim por diante. Temos o ponto do sono, porém somente ele não vai resolver o problema. Portanto, a cada caso é necessário fazer um estudo sobre o paciente, ou seja, fazer a anamnese para que se possa montar um protocolo individualizado que resulte na melhora.
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Referências:
HEALTH. Disponível em: https://www.health.com/condition/sleep/11-surprising-health-benefits-of-sleep
MD,Web. Disponível em: https://www.webmd.com/sleep-disorders/default.htm
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SAÚDE,Tua. Disponível em: https://www.tuasaude.com/c/disturbios-do-sono/
SONO, Instituto do. Disponível em: https://institutodosono.com/artigos-noticias/pesquisa-sobre-o-sono-na-pandemia/
VARELLA, Mariana. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/neurologia/insonia-atinge-73-milhoes-de-brasileiros/#:~:text=Compartilhar-,Ins%C3%B4nia%20no%20Brasil%20atinge%2073%20milh%C3%B5es%20de%20pessoas%2C%20segundo%20a,a%20dormir%20cada%20vez%20pior.